Lady Jane
LADY JANE (2008)
O cineasta francês Robert Guédiguian teve seu trabalho como diretor marcado por desenvolver suas histórias em ambientes ensolarados, como em Marie-Jo e seus Dois Amores (2002) e Armênia (2006). Seu novo longa-metragem, Lady Jane, é definido pelo diretor como um film noir. Desta forma, ele trabalha com a nebulosidade não somente do clima, mas principalmente dos personagens e da trama em si neste drama com toques de suspense.
O filme acompanha os acontecimentos nas vidas de Muriel (Ariane Ascarde, esposa do diretor e protagonista de quase todos os seus filmes, desde 1981), François (Jean-Pierre Daroussin) e René (Gérard Meylan), amigos de longa data que cresceram juntos em Marselha (cidade natal do diretor), na França. Depois de anos separados, eles voltam a se encontrar quando uma tragédia abala a vida de Muriel.
No começo, a pintura que se desenha na tela é vaga, mas, aos poucos, Lady Jane revela ao espectador qual é o tipo de relação dos protagonistas e, o mais importante, as causas da tragédia que abala a protagonista, ponto de partida para que o trio volte a se encontrar. Mais do que um complexo drama, Lady Jane é uma trágica historia desenvolvida sobre o sentimento de vingança.
É a vingança que move os atos dos personagens principais, além dos pensamentos sempre presos no passado. No desenvolvimento da trama, lembra a "Trilogia da Vingança" de Chan-wook Park, formada por Mr. Vingança (2002), OldBoy (2003) e Lady Vingança (2005) - note que até o nome de Lady Jane é parecido com o filme que encerra a trilogia de Park -, exceto pelas firulas estéticas do diretor chinês.
De qualquer forma, Lady Jane é um filme no mínimo interessante. Ancorado por atuações convincentes, principalmente de Ariane, Guédiguian desenvolve uma história que carrega o gosto amargo da vingança, o mesmo que fica na boca do espectador após a sessão.
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